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Sinais Vitais nº 57
Novembro 2004

 

 


  

 

EDITORIAL
Dez anos ao Serviço da Profissão

Quando em 1994 se publicou a Revista Sinais Vitais nº 1 era intenção da equipa editorial “ proporcionar aos enfermeiros a informação técnica e científica de que necessitam e para dar aos que, em Portugal, produzem saber e conhecimento a oportunidade de divulgarem os seus trabalhos” (Amaral, 1994) e assegurar a existência de um vasto campo de discussão na área da saúde.
Passados dez anos e ao fazer uma análise retrospectiva do percurso concluímos com agrado que ter cumprido as intenções iniciais. Ou seja, os enfermeiros têm hoje mecanismos para tornar formal o conhecimento que se produz, têm forma de divulgar os saberes e as experiências que desenvolvem nos contextos de acção ao terem ao seu dispor uma publicação com a regularidade da Revista Sinais Vitais. São já 55 os números publicados, com a manutenção de rubricas essenciais como a entrevista, ciência e técnica, opinião, essencial sobre, educação, ética, entre outras. Há a referir uma preocupação sistemática com a melhoria do conteúdo dos artigos publicados, com a diversidade dos mesmos tendo em conta os diferentes interesses do público-alvo; a preocupação evidente com uma mudança de aspecto gráfico de forma a estimular a leitura e análise dos artigos. Mas o projecto editorial da Sinais Vitais para responder à produção de conhecimento dos enfermeiros não se esgota na publicação da Revista Sinais Vitais, passa também pela publicação da Revista de Investigação em Enfermagem desde o ano 2000, actualmente com oito número publicados e pela edição de livros, de natureza não periódica que traduzem uma forte produção científica e técnica dos enfermeiros em Portugal. Estes documentos técnicos e científicos têm tido a melhor aceitação dos colegas constituindo-se hoje como uma referência forte dos estudantes e dos enfermeiros.
Para e assegurar a existência de um vasto campo de discussão na área da saúde o grupo editorial assegurou os direitos de publicação do SOS/ Jornal de Enfermagem, desde Novembro de1998. Este periódico de natureza informativa têm sido um dispositivo ideal para acompanhar o pulsar da enfermagem e da política de saúde no país. Tem permitido lançar o debate sobre múltiplos aspectos ligados à profissão e à saúde em Portugal e possibilitado a muitos enfermeiros o seu acompanhamento mensalmente nos serviços e em casa. Estamos por tudo isso satisfeitos pelo contributo que temos tido a possibilidade de dar nestes dez anos à profissão. Mas saliento que esse contributo só tem sido possível pela vinculação que todos os nossos colaboradores têm à profissão, disponibilizando-se a desenvolver trabalhos, a melhorá-los quando é necessário e a publica-los. Não podemos deixar de lhes agradecer, pois têm sido também por isso que se deve a concretização das nossas intenções. Continuemos.

Carlos Margato

 


  

 

ENTREVISTA
Manuel Alves Rodrigues

Conversando com Manuel Alves Rodrigues
Idade: 49 anos
Percurso Académico:
-Pós Doutoramento em Psicopedagogia da Saúde
-Doutor em Ciências da Educação pela Universidade de Salamanca (Equivalência pela Universidade de Aveiro)
-Licenciado e Pós Graduado pela F. L. Universidade de Coimbra
-Licenciado em Enfermagem de Saúde Mental pela ESEAF.

Percurso Profissional
Professor Coordenador
Professor Adjunto
Assistente
Monitor
Auxiliar de Monitor
Enfermeiro

Cargos que actualmente ocupa
-Coordenador da Área Científica de Ciências da Educação
-Coordenador Científico da Unidade de Investigação em Ciências da saúde: Domínio de Enfermagem (acreditada pela FCT)

Ocupação do tempo livre: Arte plástica


 


 

A Pessoa no Estado Terminal Como Problema Bioético

AUTORA
Olinda Moreira Soares (Enfermeira – Serviço de Urgência do H. D. de Pombal)

RESUMO
A vida é algo pessoal e intransmissível, de igual modo, a morte, enquanto último e inevitável acto da nossa existência, é pertença de cada um. Cada pessoa tem como direito elementar viver e morrer com dignidade, pelo que CUIDAR de pessoas em estado terminal – função privilegiada dos enfermeiros - deve assegurar em particular a qualidade de vida, e a dignidade enquanto PESSOA. Contudo, a prática diária levanta questões éticas pertinentes sobre as quais importa reflectir.

PALAVRAS CHAVE
Estado terminal; Cuidar; Reflexão; Direitos; Princípios bioéticos fundamentais.

 


 

O Fardamento dos Enfermeiros

AUTORES
Ana Xeque Rodrigues (Enfermeira do Hospital S. João – Porto); Isabel Furtado Ferreira (Enfermeira do Hospital S. João – Porto)

RESUMO
O fardamento é indubitávelmente uma das formas de linguagem não verbal mais destacável que transmitimos aos nossos clientes. Um enfermeiro bem fardado transmite uma imagem de seriedade, confiança e inspira segurança no grupo de clientes a quem presta cuidados.

PALAVRAS CHAVE
Fardamento; Imagem social; Enfermeiros.

 


 

Intimidade do Casal Durante a Gravidez

AUTORES
Ana Luísa Gonçalves Nogueiro (Enfermeira licenciada de nível I, a desempenhar funções no Hospital Distrital de Bragança, S.A.); Clementina da Assunção Paula Lopes (Enfermeira licenciada de nível I, a desempenhar funções no centro de saúde de Moncorvo); Ana Galvão (Psicóloga Clínica, (Professora Adjunta no Instituto Politécnico de Bragança)

RESUMO
Trata-se de um estudo descritivo-correlacional, transversal, que tem como principal objectivo conhecer a dinâmica da vivência da intimidade do casal durante a gravidez (nomeadamente, os factores que influenciam a mesma), no sentido de promover uma adaptação positiva e saudável do casal face à gravidez. A amostra populacional foi constituída de forma aleatória simples, englobando 40 grávidas, utentes do Centro de Saúde de Bragança e da Consulta Externa de Obstetrícia do Hospital Distrital de Bragança, tendo sido aplicado um questionário como instrumento de colheita de dados. Dos resultados obtidos, salientamos os seguintes:
• A intimidade afectiva do casal mantém-se elevada durante a gravidez, enquanto que o grau de intimidade sexual é caracterizado como baixo nesta fase;
• Os testes inferenciais aplicados revelaram que o grau de intimidade sexual do casal grávido se relaciona com algumas das variáveis em estudo, pelo que reverter o panorama de diminuição da intimidade sexual passará por trabalhar estas áreas.

PALAVRAS CHAVE
Intimidade afectiva; Intimidade sexual; Gravidez.

 


 

A Febre Escaro Nodular

AUTORES
Ana Paula O Branquinho Ferreira (Enfermeira graduada, Serviço de Medicina Intensiva dos H.U.C.); Maria de Fátima Alves Pereira Ferreira (Enfermeira de nível I, Serviço de Medicina Intensiva dos H.U.C.)

RESUMO
Muitas vezes deparamo-nos com situações algo inesperadas, pois partimos de premissas erradas para a sua avaliação. A febre Escaro Nodular (F.E.N.) é uma patologia que poderá ser confundível com outras entidades nosológicas pela homogeneidade da sua sintomatologia, sendo por vezes menosprezada a sua gravidade. Esta patologia vulgarmente conhecida por “febre da carraça” é uma doença infecciosa de declaração obrigatória, causada por uma bactéria (Rickettsia Conori), cujo principal veículo de transmissão é a carraça do cão (Rhipicephalus Sanguineus) (CÔRTE REAL et al, 1977). O aumento acentuado da incidência desta entidade nosológica no Serviço de Medicina Intensiva (S.M.I.)dos Hospitais da Universidade de Coimbra (H.U.C.) despertou em nós um especial interesse, o qual constitui o ponto de partida para a elaboração do estudo em causa. É pertinente referir que só no ano de 1999 ocorreram 10 casos com 50% de mortalidade, comparativamente ao ano de 1996 em que foi identificado 1 caso de F.E.N.

PALAVRAS CHAVE
Rickettsioses; Carraças; Incidência da F.E.N.; Serviço de Medicina Intensiva.

 


 

Diagnóstico Precoce “A Importância da Picada do Pezinho”

AUTORES
Lucinda Salvador (Enfermeira Nível 1, Centro de Saúde de Valongo); Maria José Gomes (Enfermeira Nível 1, Centro de Saúde de Valongo)

RESUMO
Algumas crianças nascem com certas doenças graves que, clinicamente, não se podem diagnosticar nas primeiras semanas de vida e que mais tarde provocam atrasos mentais muito profundos e irreversíveis. De forma a despistar esta situação, é possível fazer análises ao sangue, a partir do quarto dia de vida, para diagnosticar essas doenças antes do aparecimento dos sinais clínicos.

PALAVRAS CHAVE
Diagnóstico Precoce; Fenilcetonúria; Hipotiroidismo; Manifestações Clínicas; Tratamento.

 


 

O Impacto Sócio-económico da Doença Oncológica na Criança família

AUTORES
Bruno Miguel Duarte dos Santos Bessa (Enf. licenciado de Nível I, da Unidade de Hematologia e Oncologia Pediátrica (UHOP), do Hospital de S. João – Porto); Maria Helena Matias Dionísio Ramos Morgado (Enfermeira-Chefe da Unidade de Hematologia e Oncologia Pediátrica (UHOP), do Hospital de S. João – Porto, especialista e mestre em Enfermagem Pediátrica); Marta Andreia Monteiro Figueiredo dos Santos (Enfermeira licenciada de Nível I, da Unidade de Hematologia e Oncologia Pediátrica (UHOP), do Hospital de S. João – Porto); Sandra Sofia Cabral Fonseca (Enfermeira licenciada de Nível I, da Unidade de Hematologia e Oncologia Pediátrica (UHOP), do Hospital de S. João – Porto)

RESUMO
A leucemia como doença oncológica tem implicações importantes no quotidiano sócio-económico de uma família. Existem, no entanto, mecanismos de protecção social criados no sentido de ajudarem estas famílias a efectuarem o seu ajustamento a esta doença, aqueles contudo não conseguem dar uma resposta efectiva. Por outro lado assiste-se ao desenvolvimento de mecanismos pessoais de adaptação que permitirão a esta família lutar no dia-a-dia contra esta doença.

PALAVRAS CHAVE
Leucemia; Díade criança-família; Impacto sócio-económico.

 


 

A Cultura Organizacional em Obstetrícia

AUTOR
Custódio Soares da Silva (Enfermeiro especialista em Saúde Materna e Obstétrica, é Assistente do 1º Triénio na ESE de Vila Real)

RESUMO
O estudo da cultura organizacional desenvolveu-se principalmente a partir da década de 80, e é hoje considerada uma das ferramentas fundamentais para a análise do comportamento dos indivíduos nas organizações. Neste pequeno ensaio empírico realizado num serviço de Obstetrícia de um Hospital da zona norte do País, constatamos que os profissionais prestadores de cuidados têm uma orientação para cultura organizacional informal, e que os mais informais são os enfermeiros especialistas.

PALAVRAS CHAVE
Cultura organizacional; Cultura formal; Cultura informal; Sub culturas.

 


 

Classificação Internacional de Funcionalidade

AUTOR
Virgílio Cruz Conceição (Prof. Adjunto da ESEBB)

RESUMO
Esta nova classificação valoriza a capacidade da pessoa portadora de deficiência e permite implementar acções mais específicas e detalhadas para promover uma igualdade de oportunidades para todos os cidadãos.

 


 

Morte: Uma Realidade Esquecida?

AUTOR
Rui Tavares da Silva (Enf. Nível 1, Hospitais da Universidade de Coimbra)

RESUMO
O acto de morrer, outrora interiorizado como singular experiência humana, celebrada e respeitada entre rituais religiosos e emotivas manifestações de pesar, tem vindo nas últimas décadas a perder o seu lugar e importância na vida das civilizações modernas.

PALAVRAS CHAVE
Morte; Distanciamento; Solidão; Reflexão; Interiorização.