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Revista Sinais Vitais nº 96

Maiode 2011

 

 

 

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SUMÁRIO

 

EDITORIAL

FALANDO DA COMPLEXIDADE E ESPECIFICIDADE DAS FERIDAS CRÓNICAS

CIÊNCIA & TÉCNICA

A CRIANÇA COM PATOLOGIA ONCOLÓGICA HOSPITALIZADA

CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO RECÉM-NASCIDO COM CPAP NASAL

A MASSAGEM AO BEBÉ

DESMISTIFICAR A ENURESE - INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO

NÓS E AS VISITAS NO HOSPITAL

CUIDAR EM ENFERMAGEM - UMA PERSPECTIVA A PARTIR DE UMA REFLE XÃO

BIOÉTICA NO CONTEXTO DA DOR - DOR ASSOCIADA À REANIMAÇ ÃO EM DOENTES CR ÓNICOS

OUTRO ENQUANTO DOENTE TERMINAL UMA IMPOSIÇÃO ÉTICA

O PROCESSO CLÍNICO… E O DEVER DE DOCUMENTAR

STRESSE, COPING E AS COMPETÊNCIAS DE RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

 

EDITORIAL

Este ano realizam-se eleições para os Corpos Sociais da Ordem dos Enfermeiros. Perfilam-se já, pelo que sabemos, algumas personalidades que os enfermeiros irão escolher para os representar, nesta organização que, deve espelhar a nossa capacidade de decidir e portanto se deve assumir como o garante da nossa autonomia. Não raras vezes tenho ouvido e lido a insatisfação que alguns enfermeiros demonstram sobre o desempenho da Ordem. É nosso dever de cidadãos manifestar as nossas ideias e as nossas posições face a cada uma das preocupações que neste momento cada um de nós enfermeiros tem: a empregabilidade, a sangria de enfermeiros dos serviços que coloca em risco a própria segurança dos doentes, a desvalorização, que alguns pretendem fazer daquilo que são os ganhos que as pessoas podem obter, da nossa prestação etc. Mas é sobretudo nosso dever participar, porque a Ordem somos todos nós e, portanto, muito daquilo que a ordem pode e deve fazer depende da nossa participação mais ou menos activa na orientação e no rumo que a gestão da profissão pode tomar.

O tempo de eleições parece ser um tempo ideal para que cada um de nós reflicta sobre o que pode acrescentar de positivo, (não chega fazer diagnósticos, é necessário prescrever intervenções) ao rumo desta profissão, desde logo participando nos debates que certamente serão dinamizados pelos vários candidatos, depois incentivando o debate de ideias sem nenhuma espécie de fulanização, depois votando naqueles que no momento nos apresentarem as propostas mais válidas para a profissão. No final assumir que cada um de nós, no nosso dia a dia, independentemente da área de actuação, é representante desta profissão perante a sociedade, representada pelas pessoas que cuidamos, e que em cada momento vai construindo uma visão social da Enfermagem.

Uma palavra para os colegas que no seu legitimo direito à manifestação e à opinião, tornam publicas criticas, sem antes dedicarem algum tempo à análise concreta das situações, sem colocarem os problemas nas instâncias que tratam desses problemas. A massificação de algumas opiniões e críticas só ajuda aqueles que, interessados na nossa subordinação, aproveitam as nossas fragilidades para assumir comportamentos hegemónicos que prejudicam a profissão coo um todo a sobretudo as pessoas que necessitam dos nossos cuidados.

Aproveitemos a oportunidade das eleições para os corpos sociais da Ordem para fazer ouvir a nossa voz (os problemas da família resolvem-se na família), para dar contributos que engrandeçam a profissão e engrandeçam cada um dos enfermeiros.

Não podemos estar sempre à espera que os outros decidam por nós, temos que saber construir o nosso caminho. A teoria da geração à rasca tem na base a dependência do papel de entidades maiores. Keneddy disse que ao invés de perguntarmos o que o estado pode fazer por nós devíamos reflectir sobre o que cada um de nós pode oferecer. O que se aplica aos estados aplica-se às profissões.

Pensemos bem nisto.

António Fernando Amaral, Enfermeiro
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