A Doutora Teresa Martins realizou comigo e com a Doutora Carolina Garrett, uma investigação que deu origem a tese de doutoramento sobre um tema decisivo nas culturas ocidentais. Debruçou-se sobre aspectos associados às consequências dos acidentes vasculares cerebrais (AVC), tomados numa perspectiva ampla, que foca em simultâneo os impactos funcionais, na qualidade de vida, e no bem-estar dos próprios e dos cuidadores.
De facto o AVC é um acidente neurológico que constitui a primeira causa de morte em Portugal, como tende a ocorrer nas culturas Mediterrânicas. Uma larga percentagem dos que sofrem um AVC morre no primeiro mês, continuando muitos dos restantes a falecer até um ano após o AVC.
Para os que não morrem as sequelas são relativamente frequentes, graves e variadas, com manifestações motoras ou cognitivas, a par de manifestações emocionais, e consequências sociais. É geralmente considerada uma doença da família no sentido em que este tipo de doenças impõe alterações substanciais no seu funcionamento. Tem ainda como característica ser uma doença dos mais velhos: ou seja quanto mais velho maior é a probabilidade de sofrer um AVC.