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REALIDADE DOS CUIDADORES INFORMAIS DE IDOSOS DEPENDENTES DA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA

 

AUTORAS: ENF. ANA MAROTE; ENF. MARIA DEL CARMEN; ENF. SANDRA LEODORO; ENF.VERA LÚCIA PESTANA

RESUMO
Ao reflectirmos no mais recente e aparentemente perdurável fenómeno social que é o envelhecimento populacional, levam-nos como enfermeiras a pensar nos desafios que esta situação representa para a nossa profissão. A necessidade dum cuidar dirigido a uma população idosa, exige da nossa parte uma valorização de todos os sistemas de suporte, mas principalmente do papel dos cuidadores informais, pois sem eles a possibilidade de manter o idoso no seu meio ambiente nas vinte e quatro horas diárias com o mínimo de qualidade de vida, seria praticamente uma utopia.
Neste estudo tivemos por objectivo conhecer e caracterizar a realidade dos cuidadores informais da Região Autónoma da Madeira. Enquadra-se no tipo de estudo exploratório - descritivo no qual foram considerados os idosos com idade igual ou superior a 75 anos e que usufruíssem de visitação domiciliária curativa ou profilática. Os seus cuidadores deveram ter idade igual ou superior a 18 anos e cuidarem de um idoso há pelo menos seis meses. O período da colheita de dados foi de dois meses, que decorreu entre Novembro de 2002 a Janeiro de 2003. Das principais conclusões salientamos: as mulheres são as cuidadoras natas (91,5%), com uma média de 55,9 anos de idade. As principais razões que as levaram a assumir o papel de cuidador foi o facto de não haver mais ninguém (35,5%) e o sentimento de dever moral (34,8%). O ter que cuidar reflectiu-se de uma forma menos positiva a nível pessoal e social (75,1%), a nível da saúde (55,1%) e no âmbito profissional (40,4%). O apoio económico foi o mais solicitado (76,6%) para a gestão de despesas em medicação, fraldas entre outras necessidades. Apesar do misto de sentimentos face a esta vivência, predominam a felicidade e o sentido de amor e devoção para com o idoso, levando a que 75,4% dos cuidadores não sintam o desejo de abdicar do seu papel.

PALAVRAS CHAVE
Envelhecimento Populacional; Idosos dependentes; Cuidados de saúde; Cuidadores informais