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Locais e vias de administração das vacinas segundo os diferentes grupos etários.

 

AUTORES: Benvinda Rodrigues Silva, Maria da Conceição Nunes dos Santos

RESUMO: Tendo os autores feito um estágio no âmbito do 1º CESE  da Especialidade de Saúde Infantil e Pediátrica num Centro de Saúde Comunitária, apercebendo-se das dificuldades que alguns Profissionais de Saúde tinham na escolha do local e vias de administração das vacinas, decidiram efectuar uma revisão bibliográfica sobre o tema, na perspectiva de contribuir para esclarecer as dúvidas nessa área.

PALAVRAS CHAVE: Vacinação; Locais e Vias de Administração das vacinas

INTRODUÇÃO
As medidas destinadas a evitar as doenças, devem ser encaradas em primeiro lugar através das medidas de promoção de saúde. No entanto, para que o homem possa lutar contra determinadas doenças que o ameaçam, é necessário uma intervenção mais complexa, e há que dotar o organismo de defesas apropriadas, o que é o caso de algumas doenças transmissíveis, para as quais já dispomos de medidas profilácticas específicas - que são as vacinas.
Os projectos de investigação no campo da criação de novas vacinas, têm sido espectaculares, permitindo dispor actualmente de produtos de eficácia comprovada, para um maior número de doenças contagiosas.
A irradicação da varíola , através dos esforços conjugados  de todos os Países, veio trazer a esperança  da eliminação de outras doenças evitáveis pela vacinação.
Surgiu então o plano alargado de vacinação (PAV), criado pela OMS. Este, é um plano colectivo dos estados membros , visando uma cobertura vacinal total das populações e dos grupos etários vulneráveis em todo o mundo.
Em Portugal, a situação sofreu uma evolução favorável desde o PNV -  Plano Nacional de Vacinação, em 1965, com um calendário oficial, distribuído Universalmente e de modo gratuito. As normas de vacinação Portuguesa foram revistas em 1971, 1985, 1990 e estão a ser revistas neste momento não só a nível de Portugal como de outros Países.  A revisão introduziu alterações baseadas nas recomendações da Unidade de Doenças Transmissíveis, da Região Europeia da OMS e PAV, visando a irradicação do sarampo, rubéola e parotidite a médio prazo.
A obtenção das Metas Europeias  da OMS relativa às Doenças Transmissíveis evitáveis pela vacinação só são possíveis, com a conjugação de esforços de Governos e de Profissionais de Saúde. A estes, cabe talvez o papel mais importante, pois como prescritores ou executores exercem uma acção muito destacada na  aceitabilidade do acto vacinal. Por isso devem possuir:
-Uma informação teórica aprofundada;
-Actualização permanente,
-Competência técnica;
-Bom relacionamento humano, capaz de promover empatia e acolhimento;
-Evitar falsas contra-indicações;
-Saber informar e educar em cada acto vacinal mobilizando e/ou  encorajando as famílias, em especial as de maior risco;
Tentar aproximar-se das populações a vacinar (equipas móveis).
Pretende-se portanto com as imunizações, erradicar as doenças, sendo o seu objectivo imediato a prevenção em indivíduos e/ou grupos. Para eliminar uma doença, é necessário combinar-se um programa eficaz de imunização com uma vigilância rigorosa e medidas adequadas de controle  de Saúde Comunitária em todo o mundo.
Estas medidas começam pelo estabelecimento de prioridades para a vacinação de recém- nascidos, crianças, adolescentes e adultos, não devendo esquecer-se os grupos de risco, como sejam as minorias étnicas, bairros degradados etc.
A imunização pode ser activa e passiva:
-A passiva consiste na protecção que se recebe através de anticorpos humanos ou animais previamente formados – gamaglobulinas.
-A activa consiste na estimulação e desenvolvimento de defesas imunulógicas que irão proteger o indivíduo na possível exposição ao agente infeccioso. Esta consiste na administração de parte ou todo de um microorganismo ou produto modificado do mesmo, para posteriormente provocar uma resposta imunulógica semelhante à infecção natural, porém representando um risco mínimo ou nulo para o receptor.
As vacinas que incorporam agentes infecciosos completos, podem ser compostas de microorganismos vivos – atenuados ou mortos – inactivados. Muitas vacinas antivíricas contêm vírus vivos atenuados. Após a sua administração produzem infecções activas, com a replicação do vírus.
Outras vacinas contra as infecções bacterianas  são preparações inactivadas – microorganismos mortos ou componentes desses organismos. Estes são incapazes de se multiplicarem no hospedeiro, pelo que estas vacinas devem conter uma carga antigénica suficientemente grande para estimular a resposta desejada.
A manutenção da imunidade duradoura com este tipo de vacinas, requer a administração periódica de doses de reforço. Portanto, os componentes dessas vacinas atenuadas não Imunodeprimidos. Os mecanismos de imunização são decisivos para o êxito dos procedimentos  de imunização. Mas para atingir os resultados previstos e eficazes do esquema de vacinação devem respeitar-se as recomendações de:
-Dose;
-Técnica de administração;
-Esquema vacinal;
-Manipulação;
-Armazenamento.
Os principais componentes das vacinas  são: Antigénios imunizantes activos – que pode ser um tóxoide, um antigéneo purificado ou um antigénio produzido por engenharia genética; líquido de suspensão – que pode ser simplesmente água destilada ou outro componente contendo proteínas ou derivados do sistema biológico em que a vacina se elabora; conservantes, estabelizantes e antibióticos que muitas vezes é necessário adicionar para impedir o desenvolvimento de bactérias ou para estabilizar o antigénio, adjuvantes que podem ser compostos de alumínio que se usam para aumentar a imunogenecidade e prolongar o efeito estimulador. Estes são mais usados nas vacinas que contêm microorganismos inactivados. Assim, por causa do risco de hipersensibilidade a vacinação sé deve realizar-se tendo à disposição equipamento e fármacos de urgência para um possível choque anafiláctico que embora raro já tem acontecido aquando da administração de determinadas vacinas.
-Os pais/criança/adolescentes, devem ser devidamente informados pelos profissionais de saúde, sobretudo dos que trabalham nos Centros de Saúde Comunitária dos benefícios/riscos das vacinas. Esta informação deve ser dada em termos compreensíveis, sendo necessária uma avaliação da mesma para nos certificarmos que a informação foi assimilada.

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