Índice do artigo

Sinais Vitais nº 73 Julho 2007

 

 




CONVERSANDO COM ENFERMEIROS RECÉM LICENCIADOS
Todos os dias ouvimos referências sobre a falta de enfermeiros no sistema nacional de saúde. Cada vez mais a evidência científica mostra uma associação positiva entre ganhos em saúde, evidenciados nos utentes dos serviços, e o número de enfermeiros. No entanto e paradoxalmente os licenciados em Enfermagem começam a ter dificuldades em conseguir o seu primeiro emprego. A revista sinais vitais quis ouvir um conjunto de recém licenciados para saber qual o seu estado de espírito actual face às expectativas que tinham quando decidiram ingressar no Curso de Enfermagem e como se sentem hoje face às circunstâncias de dificuldade de emprego e de exercício da profissão. Fizemos as mesmas perguntas a 5 Enfermeiros recém licenciado: Ana Isabel Ferreira Nina dos Santos a trabalhar já no Centro de Saúde de Alcântara; Tiago André Campos Amado, a trabalhar no CS de Celas em Coimbra; Gil Filipe Duarte Abrantes Pires a trabalhar no Hospital Infante D.Pedro E.P.E; Daniel Ricardo Simões de Carvalho a trabalhar no Centro de Saúde de Alcântara; Lisa da Conceição Rodrigues Neves a trabalhar no Centro de Saúde de Alcântara.

 

 


 

COMUNICAR COM O DOENTE SEM VOZ UMA REFLEXÃO – VÁRIAS VIVÊNCIAS

Ana Cristina Patrício Ciuro (Enfª Graduada, Hospital Garcia de Orta – Bloco Operatório/Responsável pela Unidade de cuidados Pós-anestésicos (UCPA)

RESUMO
Reflectir sobre as nossas experiências faz parte de um processo de formação que nos permite melhorar quer as competências relacionais, quer as pessoais. Isto significa que a melhoria da qualidade dos cuidados implica uma reflexão da própria experiência. Leva-nos a tomar consciência do que necessitamos mobilizar, adequar e/ou modificar, de forma a estabelecer uma relação de ajuda verdadeira e responsável. Só desta forma, poderemos nos sentir bem como pessoas e profissionais, cuidando de cada ser humano numa perspectiva holística, ajudando o outro a desenvolver capacidades, a viver e a crescer. Por considerar a comunicação não verbal de grande importância, é sobre ela que incide o meu projecto de autoformação, mais precisamente com o doente com traqueostomia.

Palavras-chave: Reflexão; Comunicação; Doente com traqueostomia.

 


 

ESSENCIAL SOBRE: ARTRITE REUMATÓIDE
Iolanda Sousa Barbosa

RESUMO

A Artrite Reumatóide (A.R.) é uma doença inflamatória crónica, de causa desconhecida, atinge principalmente as articulações, podendo também atingir qualquer órgão e dar as mais variadas manifestações clínicas.
A A.R., pela sua frequência e pela sua relevância médica e social, é uma das doenças reumáticas mais importantes. A doença está espalhada por todo o mundo, não respeitando raças nem climas

Palavras-chave: Artrite Reumatóide (A.R.); Dor; Articulações; Inflamação.

 


 

A Conspiração do Silêncio – sua caracterização e implicação nos cuidados de saúde
Ana Margarida Loff de Almeida (Enfermeira)
Maria José Viana de Almeida
(Enfermeira)

RESUMO
Abundantemente referenciada na bibliografia sobre comunicação de más notícias, a conspiração do silêncio é caracterizada por motivações, sentimentos e atitudes, que são multidireccionais entre doentes, familiares/pessoas significativas e os próprios profissionais, os quais se vêem envolvidos num dilema caracterizado pela ponderação entre os príncipios éticos de benificência/autonomia versus não maleficência/ justiça. O artigo pretende caracterizar o que se designa por conspiração do silêncio, sublinhando os seus efeitos e apresentando alguns exemplos do nosso quotidiano.
Quando habitualmente falamos de conspiração do silêncio, associamo-la à prestação de cuidados de saúde aquando da comunicação de más notícias, geralmente a explicação de um diagnóstico grave com prognóstico reservado, implicando uma situação constrangedora e sobretudo muito incómoda para todos, pretendendo-se atenuar a dureza da verdade dita ao doente visado e/ou à sua família. Esta chamada conspiração do silêncio está abundantemente referenciada em bibliografia, mas raramente está caracterizada de forma precisa.
De uma forma geral a conspiração do silêncio está conotada com a prestação de cuidados em fim de vida, o que pode ser explicado pelo facto, de até à primeira metade do Séc. XX, na área da saúde, haver a crença paternalista de que as más notícias desencadeiam angustia no doente em vez de lhe manter a esperança, e por isso devem ser evitadas e a verdade dolorosa omitida…
Com a liberalização da Medicina e da Enfermagem e o desenvolvimento dos Movimentos a favor do poder dos doentes (cidadania, direitos), veio-se gradualmente a mudar esta convicção, assistindo-se nos dias de hoje, à reclamação da qualidade na assistência em saúde, ao acesso a toda a informação necessária à tomada de decisão e à prestação humanizada de cuidados de saúde. Apesar disso, na Europa Latina, apenas recentemente se fizeram estudos sobre a posição assumida pelo doente face à informação fornecida, revelando que ela é ambígua, pouco clara e incompleta. Esta situação será influenciada pela ausência de normas explícitas e detalhadas que impõem a obrigatoriedade de informar os doentes, o que conduz a que o termo “verdade” seja transformado em “verdade possível”, sinónimo de Prudência.

Palavras-chave: Comunicação; Conspiração do silêncio;Omissão; Verdade; Dilema ético; Protecção; Insegurança; Impotência.

 


 

A ÁGUA – MEIO ANCESTRAL, NATURAL E CREDÍVEL PARA O RELAXAMENTO/CONTROLO DA DOR DO TRABALHO DE PARTO
Vítor Andrade da Rocha (Enf. graduado, Hospital de São João, Curso de Pós Licenciatura de Especialização em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica)

RESUMO
Após a disseminação do parto hospitalar, com medicalização e intervenção humana no trabalho de parto, tem vindo a crescer a utilização do meio aquático como procedimento alternativo e natural de relaxamento e de controlo da dor de parto. Este método em expansão já em vários países ainda se encontra numa fase emergente em Portugal. É da relevância deste tema e da falta da sua divulgação na comunidade científica no nosso país que surgiu este trabalho de revisão bibliográfica sobre o uso da água no trabalho de parto.

Palavras-chave: Água; Trabalho de parto; Dor; Relaxamento.

 


 

SUICÍDIO NA PESSOA IDOSA

Maria Júlia Carneiro Fernandes (Enfermeira Graduada, Licenciada, Serviço de Medicina Intensiva do Hospital Infante D. Pedro)
João Paulo de Almeida Tavares
(Enfermeiro Licenciado, Serviço de Orto D)
Maria Júlia Carneiro Fernandes
(Enfermeira Licenciada, Serviço de Internamento do Centro Cirúrgico de Coimbra)

RESUMO
O suicídio na pessoa idosa apresenta números preocupantes. A depressão, solidão, personalidade e outros factores frequentes na pessoa com idade avançada, torna-a num grupo de risco para este flagelo. Ao contrário do jovem, o idoso, na maioria das vezes tem uma alta intenção letal. É imprescindível que toda a sociedade esteja desperta e devidamente informada sobre os sinais de alerta e atitudes adequadas perante o indivíduo que poderá suicidar-se ou que já o tentou anteriormente. Principalmente as instituições destinadas a esta faixa etária devem implementar estratégias de prevenção do suicídio. Existem várias linhas de apoio telefónico que visam escutar de forma activa as angústias e receios de quem pensa em suicidar-se.

 


 

DOENÇA CORONÁRIA – REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO – BYPASS PARA A VIDA
Sara Alexandra Teixeira de Magalhães (Licenciatura em Enfermagem, Enf. de nível 1, Instituição: Hospital Curry Cabral, Unid. de intervenção vascular)

RESUMO
O aumento da incidência da doença coronária e a sua crescente gravidade leva que a revascularização do miocárdio seja um dos tratamentos de eleição. Será abordado sucintamente a anatomia e fisiologia coronária dando-se posteriormente ênfase aos cuidados de enfermagem pré e pós-operatórios, não esquecendo de salientar o apoio à família.

Palavras-chave: Doença coronária; Revascularização; Bypass; Aterioesclerose; Cuidados de Enfermagem Pré e Pós-operatórios.

 


 

 

ENFERMEIRO E O DOENTE OSTOMIZADO
Cláudia Marisa Pedro Serrano (Enfermeira Graduada, Hospital de Santo António dos Capuchos, Serviço 5.2)
Pedro Miguel Dias Ferreira Pires
(Enfermeiro Graduado, Hospital de Santa Maria, Serviço de Medicina 1-A)

RESUMO
A criação de um estoma, seja qual for a sua causa, é sempre uma situação “mutilante” e traumatizante para o doente. Cabe ao enfermeiro o papel principal no apoio, orientação e ensino a estes doentes, que tantas vezes se sentem “perdidos” e desorientados. Pretendemos com a elaboração deste artigo, dar noções gerais dos cuidados ao estoma e realçar a importância do papel do enfermeiro e dos cuidados de enfermagem que deverá desenvolver, desde o primeiro dia de internamento até à alta clínica. A palavra estoma provêm do grego “stoma” e significa“boca ou abertura”. Uma ostomia intestinal é criada trazendo o intestino à parede abdominal e suturando-o à pele, criando cirurgicamente uma abertura- o estoma. Esta cirurgia provoca o desvio da saída do conteúdo intestinal, que deixa de se efectuar pelo anûs, passando a ser pelo estoma. Dependendo da zona do intestino onde é feita a ostomia, esta denomina-se ileostomia (quando criada no iléon) ou colostomia (quando criada no cólon); podendo ser de carácter definitivo ou temporário (quando se prevê o futuro encerramento da ostomia, em que se restabelece a continuidade intestinal e a correcção da parede abdominal).

 


 

AMAMENTAÇÃO - DE QUEM DEPENDE PARA ALCANÇAR O SUCESSO?
Marisa Figueira (Enfermeira Licenciada, Hospital Distrital de Macedo de Cavaleiros)
Marisa Podence
(Enfermeira Licenciada, Hospital Distrital de Macedo de Cavaleiros)

RESUMO
Na espécie humana, contrariamente como ocorre nos restantes mamíferos, a amamentação não se trata de um acto puramente instintivo. A díade mãe/filho necessita de uma aprendizagem amamentar/ amamentado, que outrora era facultada por mulheres experientes. Na actualidade, é essencialmente uma competência dos profissionais de saúde. Segundo preconiza Almeida (1999) “…a mulher precisa ser assistida e amparada para que possa desempenhar a bom termo o seu novo papel social, o de mulher-mãe-nutriz.”

 


 

ANESTESIA REGIONAL EM OBSTETRÍCIA
Del Mar Rofa (Hospital Dona Estefânia)
Sandra Martins
(Hospital Dona Estefânia)
Raquel Fernandez
(Hospital Dona Estefânia)

RESUMO
A anestesia regional é hoje uma realidade comum a todos os blocos de partos. A prática tem tornado os seus procedimentos cada vez mais seguros e os seus efeitos facilmente contornados, se assegurados os devidos cuidados. Nestes cuidados o papel da enfermagem é preponderante.
Existe uma variedade de estímulos dolorosos que caracterizam o desconforto do trabalho de parto. Estes vão depender do estádio do trabalho de parto, sendo essencialmente: Hipóxia miometrial causada durante a contracção; Dilatação do colo do útero; Distensão da vagina e vulva; Pressão sobre a bexiga, uretra e recto.
Ao abordar a anestesia regional em obstetrícia, torna-se pertinente diferenciar analgesia regional e anestesia regional. Enquanto a analgesia regional envolve apenas a perda de sensibilidade dolorosa, sem bloqueio motor. Na anestesia regional existe a perda da sensibilidade dolorosa e térmica, com manutenção da sensibilidade táctil, podendo haver bloqueio motor (raquianestesia). A analgesia regional é requerida durante o trabalho de parto, uma vez que possibilita o alívio da dor, ao mesmo tempo que a parturiente tem percepção da contracção e participa activamente durante o trabalho de parto. A anestesia regional é utilizada apenas no parto cirúrgico, ou seja, para cesariana.

Palavras-chave: Analgesia e Anestesia Regional; Epidural; Sequencial; Cuidados de Enfermagem.

 


 

“VOU SER SUBMETIDO/A A COLOCAÇÃO DE BANDA GÁSTRICA. E AGORA?”
Célia Neto da Silva Marques (Enfermeira Licenciada de Nível I, serviço de cirurgia geral do Hospital de São José)
Noémia Almeida
(Enfermeira Licenciada de Nível I, serviço de cirurgia geral do Hospital de São José)

RESUMO
A maioria dos utentes com Obesidade Mórbida do serviço de cirurgia geral do Hospital de S. José são submetidos a colocação de banda gástrica via laparoscópica. Este tipo de cirurgia foi abordada no artigo anterior. Este artigo pretende dar a conhecer os cuidados pré e pós-operatórios quando surge a hipótese dessa cirurgia. Para que tudo se desenvolva da melhor forma, a pessoa obesa deverá ter um acompanhamento multidisciplinar entre médico, enfermeiro, psicólogo, fisioterapeuta, nutricionista e endocrinologista.

Palavras-chave: Obesidade mórbida; Preparação pré-operatória; Cuidados pós-operatórios.

 


 

CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO A DOENTES COM COAGULOPATIA DE CONSUMO/ COAGULOPATIVA INTRAVASCULAR DISSEMINADA

Carmelinda de Jesus Fusco Talhinhas (Enfermeira especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica, Hospital do Espírito Santo de Évora, serviço de Cirurgia I na Unidade de Cuidados Cirúrgicos Intermédios (U.C.C.I.)

Maria Luísa Fadista Carrageta (Enfermeira graduada, Hospital do Espírito Santo de Évora, serviço de Cirurgia I na Unidade de Cuidados Cirúrgicos Intermédios (U.C.C.I.)

Paula Alexandra Alves Pimpão (Enfermeira, Bacharelato e Ano Complementar de Formação em Enfermagem, Hospital do Espírito Santo de Évora, serviço de Cirurgia I na Unidade de Cuidados Cirúrgicos Intermédios (U.C.C.I.).

RESUMO
A realização deste trabalho deve-se ao facto desta patologia ser rara, pouco conhecida e porque no nosso dia-a-dia já nos deparámos com alguns casos, considerámos importante aprofundar os nossos conhecimentos e transmiti-los a todos os colegas interessados no mesmo. A Coagulopatia Intravascular Disseminada (CID) é uma síndrome adquirida caracterizada pela activação descontrolada da coagulação no espaço intravascular levando à formação e deposição de fibrina na microvasculatura, sendo um processo complexo tanto do ponto de vista diagnóstico como terapêutico. Neste contexto considerámos importante abordar as principais causas da CID, sua fisiopatologia, avaliação e diagnóstico e plano de cuidados de enfermagem.

Palavras-chave: Hemorragia, Trombose, Coagulação, Doente, Cuidados.