Índice do artigo

 Sinais Vitais nº 78 Maio de 2008

EDITORIAL

ESSENCIAL SOBRE

Doença de Machado Joseph – Um Caminhar Incerto

 

CIÊNCIA E TÉCNICA

Era uma vez um Ser de Palmo e Meio...

O Enfermeiro na Prevenção da Obesidade Infantil

Vivências dos Pais das Crianças com Alergia Cutânea

 Maus-tratos Infantis: Prevenção, Diagnóstico e Intervenção

Cuidados Paliativos em Pediatria

Obesidade e risco de doenças cardiovasculares: Rastreio dos utentes da Unidade de Saúde de Samuel

Educar para a Saúde - Uma prioridade nos Cuidados de Saúde Primários

Impacto da Diabetes na Família

A Sexualidade e a Menopausa

Isolamento no Idoso na Santa Casa da Misericórdia de Sabrosa

Opinião do Idoso sobre esta etapa da sua vida

Saúde Mental... Que realidade?

Reflectindo sobre o Cancro da Mama

 
EDITORIAL

 A reforma do Serviço Nacional de Saúde com a criação da rede de cuidados continuados integrados, com a reorganização dos cuidados de saúde primários e com a consolidação dos cuidados de saúde diferenciados parece estar no bom caminho.
Os cuidados de saúde continuados são, do meu ponto de vista, uma excelente visão para a satisfação das necessidades dos cidadãos e das suas famílias num ambiente de forte pressão demográfica, pela via do envelhecimento da população, com o consequente aumento da incidência de doenças crónico-degenerativas e da dependência, e também uma grande pressão política e económica para tornar os sistemas cada vez mais efectivos sem perder de vista a eficácia e a qualidade.
O decreto-lei que informa as disposições para esta rede de cuidados (Dec. Lei 101/2006 de 6 de Junho) refere que a noção de cuidados continuados, que está subjacente à sua criação, se centra na recuperação global da pessoa entendida como um processo terapêutico e de apoio social, activo e contínuo, que visa promover a autonomia, melhorando a funcionalidade da pessoa em situação de dependência. Também, para os que se encontram em situação de sofrimento decorrente de doença severa e ou incurável em fase rapidamente progressiva, tem como objectivo promover o bem-estar e a qualidade de vida.
Todos estes objectivos de que fala o decreto-lei são o core de tudo o que é a matriz profissional dos enfermeiros, i.e. atender a pessoa naquilo que são as suas respostas às situações reais ou potenciais de saúde e doença e aos processos de vida, entendendo estas fases como transições nos processo de crescimento e desenvolvimento humanos. Isto quer apenas dizer que quando um qualquer indivíduo se encontra a viver uma transição (doença p.e.) cabe ao enfermeiro assistir o indivíduo naquilo que são as dependências que a própria situação gera no sentido de o tornar autónomo.
Dito de outra maneira, os cuidados continuados são um “local” privilegiado para a prática de enfermagem, porque é nesse ambiente que encontramos os indivíduos que por razões de incapacidade, de vontade ou de conhecimento não são capazes de serem autónomos na realização dos auto-cuidados mais elementares necessitando, por isso, de ajuda profissional qualificada que lhes garanta, não apenas a satisfação dessas necessidades, mas de os ajudar a criar disposições interiores para a sua satisfação autónoma ou independente.
Quer isto dizer que, no nosso entendimento, os enfermeiros são os profissionais mais preparados para o exercício nesta área. Mas as informações que vamos obtendo não parecem evidenciar esta necessidade e este valor acrescentado que os enfermeiros podem oferecer para o sucesso desta reforma. Existem centros de cuidados continuados onde trabalha apenas um enfermeiro por turno para 24 doentes. Claro está que nestes centros existe concomitantemente uma elevada prevalência de úlceras de pressão, onde o cheiro existente quando se entra não é revelador dum ambiente saudável e de uma higiene cuidada, o que significa que a qualidade de vida que estes centros deveriam proporcionar não estará presente.
Constata-se em muitos casos que os cuidados de higiene, cuidados de conforto e posicionamentos são efectuados pelas Auxiliares de Acção médica, contribuindo para que os enfermeiros não tenham a percepção exacta do estado físico da pessoa e do risco de desenvolver maceração ou mesmo úlceras de pressão.
Tendo em conta que não são os enfermeiros a prestar este tipo de cuidados, podemos depreender que não é identificada atempada e adequadamente a necessidade de desenvolver actividades que permitam prevenir este tipo de complicações (rigidez articular, úlceras de pressão, desidratação, desnutrição) e promover a reabilitação. Claro que existe no sistema de saúde uma Entidade Reguladora para os cuidados de saúde, claro que existe o Ordem dos Enfermeiros para detectar casos de práticas de enfermagem executadas por outros não enfermeiros, mas… De facto os cuidados continuados podem ser uma excelente oportunidade para as pessoas e famílias, mas por favor regule-se a sua prestação e entregue-se a prestação a quem tem o conhecimento e a obrigação social para o fazer.

 António Fernando Amaral

 

DOENÇA DE MACHADO JOSEPH – UM CAMINHAR INCERTO

Andreia Mendes
Licenciada em Enfermagem.

Carina Ponciano Lima
Licenciada em Enfermagem.

Carla Medeiros
Licenciada em Enfermagem.

Cláudia Azevedo
Licenciada em Enfermagem.

Andreia Mendes
Licenciada em Enfermagem.

O presente estudo centra-se na problemática da pessoa com Doença de Machado-Joseph (DMJ) e pretende dar um contributo para a compreensão das estratégias adoptadas pelo doente para a satisfação das suas actividades de vida. O nosso interesse nasceu do facto desta doença ser ainda pouco conhecida e simultaneamente ser frequente nos Açores, pelo que os profissionais de saúde em geral e a enfermagem em particular tem de conhecer melhor a problemática destas pessoas /famílias, para assim poder melhorar cada vez mais a sua intervenção junto das mesmas.

 

ERA UMA VEZ UM SER DE PALMO E MEIO…

Sandrine Lopes
Licenciada em Enfermagem.

Pedro Gabriel Fernandes
Licenciado em Enfermagem.

RESUMO

Segundo a Organização Mundial de Saúde (2004), nascem anualmente 20 milhões de bebés prematuros e com baixo peso. Isto remete-nos para a necessidade de reflectir mais sobre estes seres de palmo e meio. Centrar a nossa atenção em problemáticas actuais é essencial para uma Enfermagem que aspira ser uma disciplina com conhecimento formal e útil à sociedade.
A criança que nasce prematuramente necessita para sobreviver de cuidados especializados e, portanto, de um internamento numa Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais. Apesar desta assistência lhe garantir um direito à vida, também a submete a uma privação afectiva, componente indispensável para um crescimento e desenvolvimento eficaz.
Desta forma, a enfermeira surge como o principal elemento capaz de promover a vinculação pais/filho. Esta deve permitir que os pais vejam, ouçam, toquem e cuidem do seu filho, ou seja, compreender que estes não são apenas visitantes mas sim parceiros no cuidar e principais transmissores de amor e afecto.


 

O ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DA OBESIDADE INFANTIL

Maria Teresa Loureiro Martins
Licenciada em Enfermagem.

Resumo
A obesidade infantil é hoje, e cada vez mais, um importante problema de saúde pública de origem multifactorial; desta forma, é de extrema importância a sua detecção e tratamento precoces. É aqui que o enfermeiro assume um papel fulcral ao identificar factores de risco e ao promover aconselhamento e orientação aos níveis alimentar e comportamental.

Palavras-chave
Obesidade infantil; génese multifactorial; erros alimentares; mudança de comportamentos; prevenção e aconselhamento.

 

VIVÊNCIAS DOS PAIS DAS CRIANÇAS COM ALERGIA CUTÂNEA

Iolanda Maria Freitas Correia
Licenciada em Enfermagem.

Idalina Candelária
Licenciada em Enfermagem.

Sabina Jardim
Licenciada em Enfermagem.

Resumo
A patologia alérgica cutânea é uma doença de carácter crónico porque conjuga o factor hereditário e o contacto quase permanente como factor desencadeantes da alergia. A definição da doença influencia o mundo social do indivíduo e é por ele profundamente influenciado. Neste tipo de patologia, o Enfermeiro não só deverá adoptar o papel de agente facilitador do processo de adaptação ao diagnóstico, clarificando a informação, atenuando o impacto provocado pela situação, assim como deverá envolver a Criança/ Família no auto-cuidado, tornando-o assim em sistema parcialmente compensatório e/ou de suporte e de educação. Conhecedores das vivências destas Famílias, os Enfermeiros têm um papel primordial na amenização do sofrimento, na promoção do bem-estar Físico, Psíquico e Emocional da criança e família
.

 

MAUS-TRATOS INFANTIS: PREVENÇÃO, DIAGNÓSTICO E INTERVENÇÃO

Cristina Araújo Martins
Licenciada em Enfermagem.

RESUMO
Os maus-tratos infantis continuam a ser um problema preocupante em todo o mundo e apresentam-se como fenómeno multifacetado, susceptível de diferentes dimensões de análise. Assume contornos de gravidade progressiva, necessitando, por isso, de identificação precoce e intervenção imediata, sendo fundamental a prevenção da sua ocorrência em crianças/famílias de risco.

Palavras – chave
Maus-tratos; Famílias de risco; Intervenção precoce.

 

CUIDADOS PALIATIVOS EM PEDIATRIA

Sílvia da Encarnação de Barros Ramos

Licenciada em Enfermagem.

Resumo

O diagnóstico de uma doença de mau prognóstico na criança é um dos acontecimentos mais dramáticos

que uma família pode sofrer. Os cuidados paliativos têm um papel preponderante no acompanhamento destas crianças/famílias já que os seus objectivos são fundamentalmente aliviar e acompanhar as crianças e respectivas famílias no sofrimento do fim da vida, com um rigoroso e eficaz controlo de sintomas, promovendo a autonomia da criança, a sua dignidade e restantes valores, maximizando o conforto e a qualidade de vida.

Palavras Chave
Cuidados paliativos, criança, doença terminal, enfermeiro.


 

OBESIDADE E RISCO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES RASTREIO DOS UTENTES DA UNIDADE DE SAÚDE DE SAMUEL

Filipe Alexandre Reis Lopes
Estudante de Enfermagem.

Magda Raquel Santos Pereira
Estudante de Enfermagem.

Mª Isabel Trindade
Licenciada em Enfermagem.

Helena Marques
Licenciada em Enfermagem.

Marília Neves
Mestre em Enfermagem.

Alice Manuela Pinto
Licenciada em Enfermagem.

Resumo
A Obesidade é um problema de saúde a nível mundial que preocupa cada vez mais os profissionais de saúde, não só pelo aumento da sua incidência e prevalência entre a população mas também pelos riscos para a saúde que lhe estão associados, nomeadamente as doenças cardiovasculares. Assim, uma atenção especial tem sido dada à sua prevenção de forma precoce. Com a finalidade de conhecer esta realidade na população de Samuel, foi realizado um rastreio para os factores de risco de doenças cardiovasculares.

Palavras-chave
Obesidade; Alimentação; Factores de risco de doenças Cardiovasculares


 

EDUCAR PARA A SAÚDE – UMA PRIORIDADE NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

Filomena de Jesus Rosa Martins
Licenciada em Enfermagem.

Resumo

Nos últimos anos a realidade dos cuidados de saúde primários regista um aumento significativo de determinadas patologias que tem a sua origem na adopção de estilos de vida não saudáveis. Para inverter esta tendência o enfermeiro centra a sua actuação em actividades de educação para a saúde, a qual pressupõe a participação activa do cliente, como único detentor dos recursos necessários para operar a mudança. O modelo teórico de Prochaska apresenta estratégias de intervenção, particularmente úteis no processo de mudança de comportamentos.

Palavras-chave
Educar; Promover; Estilos de vida saudáveis; Parceria enfermeiro/cliente; Competências Responsabilização; Autonomia.

 

IMPACTO DA DIABETES NA FAMÍLIA

Maria de Lurdes da Costa Martins
Licenciada em Enfermagem.

RESUMO
Durante o meu percurso enquanto enfermeira e enquanto familiar de um doente diabético, senti necessidade de estudar esta doença tão sobejamente conhecida e tão vulgarmente discutida por todos. No entanto o meu interesse centrou-se especialmente na família, no prestador de cuidados do doente diabético.
Quantos de nós não têm um familiar com esta doença?
De que forma esta doença nos afecta? As relações familiares são alteradas? É sobre esta temática que irei fazer uma dissertação baseada em entrevistas realizadas a familiares/prestadores de cuidados a um doente diabético.

Palavras – chave: diabetes, família/prestador de cuidados e enfermeiro.

 

A SEXUALIDADE E A MENOPAUSA

Patrícia Maria Menezes Pinto

Licenciada em Enfermagem.

RESUMO

Será a menopausa sinal de decadência para a mulher?
A menopausa é sinónimo de disfunção sexual?
Compreender esta vertente faz parte do nosso objectivo para poder prestar cuidados de enfermagem direccionados à utente nesta etapa da sua vida, tendo por base a melhoria da sua qualidade de vida, no contexto da expressão da sexualidade.

Palavras Chave
Mulher, Tabu Sexualidade, Menopausa, Dispareunia

 

ISOLAMENTO NO IDOSO NA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SABROSA

Lisete Amélia Ribeiro de Jesus
Licenciada em Enfermagem.

Resumo
Pretendemos com a divulgação deste trabalho:
1. Identificar os factores que conduzem ao isolamento do idoso que reside na Santa Casa de Misericórdia de Sabrosa;
2. Identificar o apoio atribuído, pela família, ou entes queridos, ao idoso institucionalizado no lar;
3. Sensibilizar todos os que estão relacionados com a temática em questão.

Palavras-chave: idoso; isolamento.

 

OPINIÃO DO IDOSO SOBRE ESTA ETAPA DA SUA VIDA

Cláudia Sofia Rodrigues Mendes
Licenciada em Enfermagem.

Maria dos Anjos Coelho Rodrigues Dixe
Licenciada em Enfermagem.

Resumo

Este trabalho descritivo simples foi desenvolvido para dar resposta a três objectivos: conhecer as características sócio-demográficas, profissionais, clínicas e familiares dos idosos; conhecer a opinião dos idosos sobre esta etapa da sua vida e conhecer a opinião dos idosos sobre o que deve a sociedade fazer para cuidar bem dos idosos. Para a concretização deste estudo foram entrevistados 24 idosos, com uma média de 80,7 anos de idade que frequentavam um centro comunitário do distrito de Lisboa.

Palavras-chave
Idoso, velhice, aceitação e rejeição da velhice

 

SAÚDE MENTAL… QUE REALIDADE?

Paula Vicente
Licenciada em Enfermagem.

Rita Santos
Licenciada em Enfermagem.

Alda Celina Veloso
Licenciada em Enfermagem.

Joana Matias
Licenciada em Enfermagem.

Maria Teresa Tanqueiro
Licenciada em Enfermagem.

Os problemas de saúde mental têm aumentado na população portuguesa e na área de abrangência do Centro de Saúde de Condeixa-a-Nova, pelo que os profissionais de Cuidados de Saúde Primários devem acompanhar adequadamente as pessoas com problemas de saúde mental/família (detecção precoce e redução da incidência dos factores causadores da doença).

Palavras Chave
Saúde mental; família; profissionais de saúde.

 

REFLECTINDO SOBRE O CANCRO DA MAMA...

Milena Toste Arruda
Licenciada em Enfermagem.

Resumo
O cancro da mama é considerado o mais mortal em indivíduos do sexo feminino entre os 35 e os 45 anos de idade. Torna-se urgente esclarecer os principais factores de risco, desmistificar dúvidas ou receios, e incentivar para a prática do auto-exame da mama, que apesar da sua simplicidade pode ser uma arma poderosa na luta contra a doença.

Palavras Chave
Prevenção; Detecção Precoce; Factores de Risco; Auto-Exame.