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ENFERMAGEM, CIÊNCIA HUMANA PRÁTICA
Paulo Queirós

A necessidade do desenvolvimento do pensamento sobre a enfermagem é de plena actualidade. A organização do conhecimento ontológico e epistemológico da disciplina de enfermagem em torno daquilo que se possa genericamente designar por Teoria de Enfermagem é um desígnio e desafio que se coloca aos enfermeiros do ensino, aos investigadores de enfermagem, e aos enfermeiros que executam a prática clínica.
Como nos refere Meleis (2010) o desenvolvimento da teoria é altamente benéfico e necessário para a prática clínica até pelos contributos que surgem no que toca à clarificação de domínios e à identificação do que é, e não é, do nosso âmbito, permitindo racionalizar recursos e focalizar acções naquilo que serão as terapêuticas de enfermagem. Kim (2010) no livro The Nature of Theoretical Thinking in Nursing, 3ª ed. New York: Springer Publishing Company, traz-nos contributos de grande interesse para a Teoria de Enfermagem.
Para Kim (2010) a enfermagem é definida como uma “human practice discipline”. Se seguirmos de perto o pensamento de Meleis (2010) identificamos como seu objecto de estudo – as experiências de transição.
Facilitar os processos de transição surge como propósito desta disciplina quando posta em acção, que tem como finalidade o bem- estar.
Neste entendimento, a enfermagem portadora de um corpo de conhecimentos, sistematizado em saber disciplinar, tem lugar, desenvolve-se e sustentase numa prática, em que os seus profissionais – os enfermeiros - facilitam os processos de transição tendo em vista o bem-estar.